Em Outubro celebramos o Dia Mundial do AVC, que é uma forma de nos mantermos alerta e conscientes de que este tipo de problemas de saúde existem, conhecermos as suas diferentes formas, assim como de que forma nos podemos proteger e identificar os seus sintomas.
Mas como todos estes tópicos já estão bastante desenvolvidos e divulgados vou hoje deixar outro tipo de conselhos. Vou partilhar aquilo que não deve fazer se, estiver, encontrar ou falar com alguém que sofreu um AVC. Porque é normal que todos queiramos ajudar e nos lembremos do que nos disseram que resultou com outras pessoas mas… há sempre um mas, não é? Mas, se pensarmos que é o cérebro que comanda todo o corpo, compreendemos que ele tem muitas áreas distintas que têm muitas funções igualmente distintas. E por isso mesmo, como o acidente vascular pode ser em qualquer zona do cérebro, é expectável que, existam sintomas diferentes de pessoa para pessoa. Sendo que, o perigo aqui, é que o que foi bom para uns não só não traga resultados ao outro mas, pior ainda, possa ser prejudicial à recuperação.
Por isso mesmo, neste dia Mundial do AVC vou deixar 4 conselhos de que deve evitar dar a alguém que tenha sofrido um AVC:
- Dizer para apertar bolinhas. Felizmente já passou de certa forma e “epidemia” das bolas antistress, mas no caso das pessoas que tiveram AVC a mão, estando afetada tem muito mais tendência a ter “força a mais” para fechar e não conseguir abrir. E o facto de estarmos a estimular ainda mais o apertar só estimula o que já está mais forte e não favorece o movimento de abrir a mão que é o que precisa de “treino”.
- Incentivar a ficar sossegado. Em qualquer fase após um AVC ficar parado é sempre o mais contraindicado, pois não permite a recuperação e ainda potencia mais a perda de força e independência.
- Indicar o uso de bengala ou tripé. Não é que nunca se usem auxiliares de marcha como a bengala ou o tripé. Mas a sua incorreta utilização pode tornar a reabilitação mais complicada porque não estimula o que é necessário ganhar para realmente se obter mais independência.
- Dizer para usar o “lado bom”. Obviamente que queremos que a pessoa consiga fazer as suas tarefas, mas saiba que pode estar a prejudicar com esta indicação. Porque além de sobrecarregar o 2lado bom” também impede que o lado afetado se reabilite e ganhe capacidades e função.
- Indicar exercícios que alguém fazia. O que outra pessoa fazia era adaptado para ela, a verdade é que se queremos ajudar o cérebro a melhorar a sua neuroplasticidade, temos de lhe dar os estímulos certos, sob pena de estarmos a blindar essa capacidade brilhante e a “ensinar” o que não vai ajudar.
Para não ser apenas negativa, vamos agora ao que deve dizer a uma pessoa que sofreu AVC!
Deve encorajar, contando histórias verídicas de superação e ajudar a ver o lado mais positivo. Além disso, pode sempre transmitir a certeza de que os profissionais de saúde, principalmente os com especialização podem ajudar (e muito) neste caminho!