O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, destacou hoje a descentralização como um dos pontos fortes do Festival Internacional de Teatro de Setúbal – XXVI Festa do Teatro, classificando-o como uma plataforma estratégica que valoriza e impulsiona a cultura no concelho.
"Este evento transcende a mera noção de um festival: constitui, acima de tudo, uma plataforma estratégica que valoriza e impulsiona a cultura no nosso território", afirmou o presidente da Câmara na Casa da Baía, durante a apresentação da 26.ª edição da Festa do Teatro, que decorrerá em vários pontos do concelho entre 21 e 31 de agosto, com extensão até 18 de setembro.
Organizado pelo Teatro Estúdio Fontenova, com a parceria e apoio da Câmara Municipal, a edição deste ano do festival tem, segundo André Martins, "uma programação rica e variada" que reforça o "compromisso de promoção das artes cénicas" em Setúbal.
O presidente da Câmara expressou a esperança de que, no próximo ano, a iniciativa possa já ter eventos no centro cultural multiusos que começará a ser construído em Brejos de Azeitão, o qual terá uma sala com capacidade para entre 150 e 200 espetadores.
"O compromisso da Câmara Municipal de Setúbal com esta grande iniciativa cultural é bem forte. Além do apoio logístico para a realização do festival e para a criação artística do Teatro Estúdio Fontenova, concedemos apoios financeiros superiores a cem mil euros. Reconhecemos no Teatro Estúdio Fontenova um parceiro empenhado e sempre disponível para ir mais longe na afirmação teatral e cultural de Setúbal", destacou.
A Festa do Teatro apresenta 32 eventos que, conforme sublinhou o autarca, estão "distribuídos por diversos locais emblemáticos da cidade", como o Fórum Municipal Luísa Todi, a Escola Secundária Sebastião da Gama, o Jardim do Bonfim, a Casa da Baía, a Casa da Cultura e a Gráfica – Centro de Criação Artística.
"A descentralização continua a ser um ponto forte da Festa do Teatro por incluir também a Junta de Freguesia de São Sebastião, com atividades no Jardim de Palhais", lembrou.
O presidente da Câmara sublinhou que o festival conta com "espetáculos ao ar livre, adequados para todos os públicos, em jardins e outros espaços exteriores, como o pátio da Escola Secundária Sebastião da Gama e até em Palmela", e que a programação deste ano inclui "uma variedade de espetáculos voltados para a infância que abordam temas como o meio ambiente, a solidariedade e a origem do mundo".
Depois de assegurar que "Setúbal abre os braços" para receber novos visitantes e espetadores e "proporcionar-lhes uma experiência cultural enriquecedora e memorável", André Martins notou que, ano após ano, o festival "cresce em prestígio e tem mais importância", evidenciando "capacidade para atrair cada vez mais visitantes" e "contribuindo para a dinamização cultural" do concelho.
"Neste ano de 2024 comemoramos também os 50 anos do 25 de abril, momento histórico que trouxe a democratização da cultura como bem adquirido. Esta conquista é algo que devemos continuar a defender com fervor para garantir que a cultura seja acessível a todos e capaz de promover a liberdade de expressão e o enriquecimento cultural", afirmou.
Questionado sobre quando será possível o Teatro Estúdio Fontenova ter uma nova sede, o presidente da Câmara recordou ter assumido o compromisso de reabilitar ou encontrar novos espaços para as associações do concelho e que, neste momento, "há apenas duas ou três situações em falta", sendo uma delas o TEF, mas continua a ser feito um "esforço conjunto" para encontrar uma solução.
José Maria Dias, diretor artístico do Teatro Estúdio Fontenova e do Festival Internacional de Teatro de Setúbal, afirmou que os organizadores da Festa do Teatro estão "muito orgulhosos" com o que conseguiram, salientando que foi possível montar um cartaz com "espetáculos internacionais de grande qualidade artística e a baixo custo", com companhias de Portugal, Espanha, França, Chile, Brasil, Colômbia e Roménia.
A intenção dos organizadores é "manter Setúbal no roteiro cultural", disse, agradecendo o apoio logístico e financeiro da Câmara Municipal e fazendo um apelo para que, "num futuro que não seja muito longínquo, Setúbal possa contar com um espaço para acolher eventos de menor lotação" do que o Fórum Municipal Luísa Todi.
O festival, que continua a ter o centro nevrálgico na Escola Secundária Sebastião da Gama e também conta com o apoio financeiro do Governo, através da Direção-Geral das Artes, tem pela terceira vez uma extensão em Palmela e, além de espetáculos de teatro, também inclui no programa música, duas exposições, um workshop e conversas sobre teatro.