O Museu do Caramulo acaba de ver a sua colecção de automóveis enriquecida com a aquisição de um emblemático supercarro dos inícios da década de 90: o Jaguar XJ220.
Projetado por Keith Helfet, o desenvolvimento do Jaguar XJ220 foi levado a cabo por uma equipa dedicada de engenheiros da Jaguar. O objetivo original era utilizar uma versão renovada do motor V12 com quatro válvulas por cilindro e tracção integral, com a meta de ultrapassar as 220 milhas por hora (352 km/h) de velocidade máxima. O primeiro protótipo foi apresentado ao público em 1988, no Salão de Birmingham, onde superou todas as expectativas. A fabricante recebeu 1500 depósitos de clientes ansiosos pelo novo modelo, sendo as primeiras entregas programadas para 1992. Contudo, o modelo final acabou por ser ligeiramente diferente.
Restrições de engenharia e uma nova legislação que restringia as emissões de gases ditaram a substituição do motor V12 por um V6 biturbo e a tracção integral foi, pura e simplesmente, eliminada. Ainda que o peso do veículo fosse inferior ao previsto e a potência declarada fosse mais alta, o motor não possuía o mesmo encanto do originalmente proposto. Adicionalmente, o panorama económico havia mudado e a procura por automóveis de alta performance arrefeceu, resultando num número significativo de potenciais compradores a desistir da aquisição.
A produção do XJ220 cessou em abril de 1994, com apenas 275 unidades produzidas. Este facto tornou o modelo, oriundo de Coventry, numa verdadeira raridade apreciada por entusiastas de automóveis.
Salvador Patrício Gouveia, Presidente da Direcção do Museu do Caramulo, expressou o seu entusiasmo pela nova aquisição: “O Jaguar XJ220 é um automóvel lendário que, além de incrementar a nossa já expressiva colecção de desportivos, personifica o espírito competitivo que sempre caracterizou a Jaguar”.
Em 1992, o XJ220 conquistou o título de carro de produção mais rápido do mundo, ao alcançar a velocidade de 217,1 mph (347,4 km/h) no Circuito de Nardo.